8 de outubro de 2010

O vendedor que queria entrevistar Deus.

Era uma vez um vendedor muito ético e que gostava muito de gente. Um dia, ele pensou:
— Para me sentir um profissional completo preciso vender para Deus. Se ao menos eu conseguisse marcar uma entrevista com Ele! Mas como farei a pré-venda?
O vendedor sempre ouviu falar que vender é diagnosticar necessidades, levantar problemas e apresentar soluções. Mas, quando se trata de Deus, como
vender para Ele? Quais são as necessidades de Deus? Que problemas Deus tem para eu oferecer algum benefício? Ah! Se ao menos eu conseguisse marcar uma
entrevista com o Eterno e conhecer os Seus problemas!

Naquela noite o vendedor foi para a cama pensativo e teve um sonho. Um anjo com muita luz se aproximou dele e falou:
— O Criador ouviu seu desejo e marcou uma entrevista com você terça-feira que vem às 17:35. Esteja lá na rua G, número 438 onde acontecerá o encontro.
Deus manda avisar que é para você não chegar atrasado. Seja pontual com o Senhor do Universo.
O homem acordou e viu que era verdade, o Eterno ouvira mesmo seus pensamentos e marcou uma entrevista. E eis que chega a tão esperada
terça-feira. O vendedor vai ao melhor posto de lavagem de carro e deixa seu automóvel brilhando, passa na melhor loja e compra o melhor terno. Afinal, o
Cliente era muito especial. Ao se dirigir para a rua G o vendedor entra num engarrafamento e é abordado por um garoto que lhe suplica:
— Moço, eu estou vendendo essas balas para ajudar minha mãe, o senhor poderia me comprar algumas?
O vendedor pensa na dor daquela família e resolve comprar todo o estoque  de balas da criança. O menino salta de alegria e diz:
— Obrigado, agora eu, minha mãe e meus irmãos vamos ter o que comer.
Tão alegre e saltitante de felicidade ficou o garoto que atravessou a rua correndo sem notar que um carro vinha em alta velocidade e o atropelou. O
vendedor coloca o garoto sangrando em seu carro e se dirige ao hospital. Ao chegar lá diz:
— Por favor, cuidem deste garoto para mim. Aqui está o número de meu cartão de crédito, eu pagarei todas as despesas, tratem dele como se fosse meu
filho. O vendedor se apressa. Entra de novo na avenida que leva à rua G, número 438. O tempo parece voar. Já são 17: 29 e o que ele menos quer é chegar
atrasado. O atropelamento, a burocracia no hospital, tudo isso lhe tomara grande parte do tempo. Já são 17:32, eu não posso perder o encontro de minha
vida, pensou apavorado. Mas, ao entrar na rua e se aproximar do número o vendedor olha para o seu relógio e vê que são 17: 43. Em sua mente abatida
pela frustração pulam as palavras do anjo: — Não chegue atrasado, seja pontual com o Senhor do Universo.
O vendedor percebe que seu esforço fora em vão. Uma grande tristeza toma conta de seu coração. O Ser mais importante do Cosmos jamais lhe perdoaria
esse atraso. Que desrespeito enorme! E logo para com o Eterno! Enquanto ele coloca a mão no rosto e chora pela entrevista perdida alguém bate no vidro
fechado de seu carro. Ele aciona o abridor automático e, enquanto o vidro vai se abaixando o vendedor vê a figura iluminada do garoto que socorrera
minutos atrás. O garoto sorri e diz: — Perdoe-me, querido, é que eu fiquei tão ansioso por essa entrevista que não agüentei esperar pelas 17: 35.

Essa fábula nos conta uma grande lição na área profissional. Os resultados somente acontecem quando colocamos os problemas e necessidades dos outros em
primeiro lugar. Até Deus tem problemas que é convencer aos humanos do dever e do privilégio de amar ao próximo e o vendedor da fábula fez sua parte.
Quantas vezes você visita seu cliente pensando apenas em você mesmo ou em faturar, ganhar sua comissão ou atingir suas cotas?

Se tiver seu coração e mente apenas concentrado em fazer seu cliente feliz você venderá mais que benefícios. Mais que soluções. Você venderá o produto
mais desejado do mundo: o Amor. E até Deus será seu cliente.

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